Aprender com o corpo, a escuta e a natureza: o que a escola tradicional esqueceu

A educação tradicional privilegia o ensino abstrato e analítico, ignorando facetas fundamentais do aprender: o corpo como agente cognitivo, a pluralidade expressiva da infância e a natureza como território formativo sensível.

  1. O corpo como instrumento de aprendizagem

François Delsarte apontou que “o corpo é um pequeno mundo que porta em si os acontecimentos da inteligência; o corpo é um alfabeto enciclopédico e é a chave para compreender a expressão” (SEER UFRGS, 2012, p. 9).

  1. A escuta sensível e o protagonismo estudantil

Loris Malaguzzi, idealizador da abordagem Reggio Emilia, afirmou que “a criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem mais)… mas roubam-lhe noventa e nove” (MALAGUZZI apud SCIRP, 1996, p. 1), reforçando a urgência de valorizarmos cada uma dessas expressões no processo educativo.

  1. A natureza como ambiente educativo

Paula Brügger alerta para os riscos de uma ambientalização superficial, pois “o adjetivo ‘ambiental’ apenas maquia a educação de ‘verde’” (BRÜGGER, 2004, p. [X]).

  1. O que a escola tradicional esqueceu
Aspecto esquecido Justificativa
Corpo como inteligência O corpo é expressão e conhecimento em si , não apenas um objeto de ensino.
Cem linguagens da infância A escola silencia múltiplas formas de expressão e linguagem da criança.
Educação ambiental crítica Temas verdes não bastam , é preciso repensar profundamente a racionalidade educativa.
  1. Caminhos para uma educação integral
  • Integração corpo-cognição: atividades que conectem expressão física, emoção e reflexão.
  • Escuta ampliada: ateliês, rodas e projetos coautoriais que valorizem o protagonismo infantil.
  • Conexão com a natureza: aprendizado ao ar livre e projetos que envolvam sensibilidade ambiental.
  • Ambientes educativos vivos: espaços estéticos que dialoguem com corpo, sentidos e intelecto.

Conclusão

Ao integrar o corpo, a escuta sensível e a natureza, construímos uma educação mais humana e profunda — capaz de libertar as “cem linguagens” da criança, reconectar mente e corpo e responsabilizar-se eticamente com o mundo.

 

Referências

BRÜGGER, Paula Cals. Educação ou adestramento ambiental? 3. ed. Florianópolis/Chapecó: Letras Contemporâneas / Argos Editora Universitária, 2004.

MALAGUZZI, Loris. “The Hundred Languages of Children: The Reggio Emilia Approach to Early Childhood Education.” In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George (eds.). The Hundred Languages of Children: The Reggio Emilia Approach—Advanced Reflections. 2. ed. Greenwich, CT: Ablex, 1998.

SEER UFRGS. François Delsarte e os estudos anatômicos do corpo; “o corpo é um alfabeto enciclopédico…” Porto Alegre: UFRGS, 2012. Disponível em: SEER UFRGS. Acesso em: 11 ago. 2025.

 

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